A trombose é a formação de um coágulo no sangue (trombo) que obstrui ou dificulta a circulação de um vaso sanguíneo qualquer. A depender do local afetado e da extensão do quadro, os sintomas da trombose variam. As tromboses são classificadas em dois tipos, dependendo dos vasos onde ocorrem: arteriais ou venosas.
As tromboses arteriais dificultam a chegada de sangue em locais irrigados por aquele vaso, e o paciente pode apresentar sinais de isquemia, como palidez, diminuição da temperatura e dor. Em particular, a trombose arterial está relacionada frequentemente à aterosclerose, em que ocorre depósito de gordura, cálcio e outras substâncias na parede dos vasos. Situações de risco aumentado incluem colesterol alto, diabetes, hipertensão, obesidade e cigarro.
Já as tromboses venosas, se manifestam frequentemente por inchaço, vermelhidão, dor e limitações de movimento e acontecem especialmente nas pernas. As tromboses venosas profundas atingem vasos mais calibrosos e profundos das pernas, e por isso são mais perigosas; enquanto as tromboflebites, ocorrem em vasos menores e mais superficiais. Dra. Daniela Palheiro explica que em determinadas situações, os coágulos podem se desprender das paredes do vaso de origem e se deslocar pelo corpo, causando quadros de tromboembolismo pulmonar ou derrame cerebral, que podem ser graves.
Trombose pode acontecer em qualquer pessoa, porém alguns grupos têm risco aumentado em relação à população geral. Existem três principais razões para o indivíduo ter trombose: alteração nos elementos de coagulação, estase do sangue e danos nas paredes da veia.
Vários são os elementos envolvidos na coagulação, podendo-se destacar a interação de plaquetas, leucócitos e proteínas. Algumas medicações, como anticoncepcionais orais, aumento importante de plaquetas e alterações genéticas das proteínas do sangue podem estar envolvidas neste processo.
Gravidez e obesidade são importantes fatores de risco devido a questões hormonais e inflamatórias, respectivamente. Infecção por Covid-19 foi recentemente associada a maior inflamação e trombose nos casos graves, quando comparado aos leves. Estase sanguínea acontece ao permanecermos sentados ou deitados por muito tempo, com as pernas na mesma posição, como em internações hospitalares ou voos de longa duração. O sedentarismo é considerado um importante fator de risco para o desenvolvimento de tromboses. Traumas ou manipulações cirúrgicas podem lesar esses vasos, tornando-os mais propensos à trombose. O cigarro, por danificar os vasos sanguíneos, também favorece o quadro.
A grande maioria das pessoas apesar de apresentarem risco aumentado de trombose, de fato nunca manifestam a doença. Por isso, a prevenção através do uso de medicações é realizada em casos e situações específicas. No entanto, sempre que possível deve-se recomendar a eliminação de fatores de risco modificáveis, como o tabagismo, sedentarismo, obesidade, hipertensão arterial, diabetes mellitus e dislipidemias.