Considera-se leucopenia a contagem total de leucócitos abaixo do limite inferior normal para a população. De maneira geral, a contagem de leucócitos é normal entre 3.500 e 10.500 células/µL, com predomínio de neutrófilos. Deve-se avaliar a gravidade e a duração da leucopenia (revisar hemogramas anteriores, se houver) e avaliar a contagem diferencial (neutropenia ou linfopenia). O exame da lâmina de sangue (hematoscopia) no microscópio também pode auxiliar no diagnóstico se demonstrar alterações.

Dra Daniela Palheiro ressalta que diversas condições clínicas podem causar leucopenia. Durante a consulta, deve-se avaliar os sinais e sintomas, doenças pré-existentes, medicações em uso, vacinação recente e infecções. O exame físico pode mostrar aumento dos gânglios e/ou do baço, lesões de pele, sinais de doença hepática crônica ou de outras patologias. Essa avaliação inicial orientará a investigação subsequente a ser realizada. Deve-se considerar a história de outras pessoas da família que também apresentem leucopenia, já que pode ser uma característica constitucional daquela família.

A leucocitose é o aumento da contagem de leucócitos acima da faixa da normalidade. É causada, na maioria das vezes, por reação a infecções, mas pode ser associada a estresse físico, trauma ou alergias. Nestas situações há predomínio de neutrófilos ou granulócitos. O uso de medicações como corticóides pode elevar a contagem de leucócitos, sem que haja infecção associada, por isso é importante a solicitação de exames adicionais para esclarecimento. É importante considerar outros sinais e sintomas, pois características específicas dos leucócitos podem sugerir doenças mais raras e graves, como leucemias e guiar o tratamento.